05 Anos do Primeiro Baai Si no Moy Lin Mah Mun
Para desenvolver qualquer atividade humana, demanda-se tempo e energia. Para alcançar excelência em alguma atividade, acrescente-se dedicado esforço e resoluta paciência.
O mesmo acontece no
âmbito das artes marciais, e não seria diferente para com as expressões
marciais chinesas, e, neste caso, com o Ving
Tsun (ou Wing Chun).
O próprio termo Kung Fu está imbuído pelas
características humanas mencionadas acima. Umas das interpretações para o termo
Kung Fu é: ‘um investimento
paciente, de onde o esforço investido torna o difícil em fácil’. Algo visto e
vivenciado em diversas, senão todas, as áreas do conhecimento humano. O mesmo
nas artes marciais.
Viver o Kung Fu e perceber seus desdobramentos
e alcançar excelência em seu mister, demanda uma experienciação pouco comum
(para os ocidentais), mas muitíssimo rica e reveladora para aquele que
pretender e se instigar a conhecer mais neste longo processo. E neste, há uma
figura fundamental para o despertar e para o orientar de um proposição como
esta: o Mestre - que diz-se no chinês cantonês Si Fu.
Cada praticante
desenvolve uma relação única e peculiar com seu Si Fu, e esta, ao longo do
tempo e da convivência e pela perseverança de ambos, gera uma interação tal que
esta alcança um novo significado - ou, melhor expressando, um resignificado -
que os leva ao estabelecimento da relação discipular.
Uma ocasião formal,
uma cerimônia, denominada Baai Si estabelece este vínculo de caráter vitalício, e atemporal. O então aluno se
torna um Discípulo e seu nome integralizado à linhagem de seu Si Fu e a de seus antecessores.
Em 03 outubro de 2015,
em um bonito hotel no bairro de São Conrado, nasceram os primeiros Discípulos
da Família Moy Lin Mah.
Nesta data, Rodolpho
Alcantara e Helena Carneiro realizaram suas Cerimônias de Baai Si e formalizaram o estreitamento de suas relações com Si Fu
Ursula Lima 'Moy Lin Mah'.
Foi uma noite memorável, não apenas por ser a Primeira Cerimônia desta natureza na Família Moy Lin Mah.
Si Hing Rodolpho, desde então ‘Moy
Gaap Mah’ o 1º Discípulo, sempre o considerei ótimo observador, donde
resultavam críticas e contribuições únicas, que a seus olhos e por suas falas,
traziam construções que tornavam as circunstâncias mais claras, quase óbvias
(que, confesso, nem sempre compreendia por minhas modestas competências intelectuais).
Momentos da Cerimônia de Baai Si de Si Hing Rodolpho Alcantara 'Moy Gaap Mah'
Pouco antes de decidir por ingressar na Família Moy Lin Mah, por causa de iminente Cerimônia de ‘Hoi Kuen’ (ingresso à Família), lembro que conversamos rapidamente após uma prática e de Si Hing terminar suas falas (visto que eu estava de saída do Núcleo Copacabana) com a seguinte frase: “André, não o que você vai decidir, mas ficarei muito feliz se você vier pra cá”. Não recordo a exatidão das palavras (ditas há muito), mas lembro da intensidade daquilo.
Como não ser alcançado por palavras tão francas e atenciosas? Semanas depois ingressei na Família Moy Lin Mah, tendo ele, Si Hing Rodolpho, aceitado o convite para ser meu apresentador formal.
Vivenciamos bastante
coisa juntos, trocamos e nos oferecemos muito. Eu não alcançava sua inteligência e argúcia,
mas nos entendíamos muitíssimo bem com os braços. E com enorme e mútua
respeitabilidade compartilhamos muito. Foi excepcional referência em meu processo
para despertar meus cuidados com nossa Si
Fu, com o Mo Gun e com a
Família.
Si Jeh Helena, desde então, ‘Moy Gaap
Lin’, a 2ª Discípula, sempre foi minha referência de dedicação e empenho no
cuidado com o Si Fu, com a Família e com o Mo Gun - por vezes, ao extremo. Assumiu
diversas atribuições, às quais gradativamente compreendi e a dividir com ela.
Teve a experiência, ímpar, de morar no mo gun, o que me permitiu, por várias oportunidades,
chances de ouvi-la - conhecer mais de minha Si Jeh, de suas impressões e
vivências e sobre os vários momentos de nosso Mun Paai.
Quanto às experiências
corporais, não trocamos tanto, mas, sob a
ótica de compartilhamentos como descrito acima... entendo que muito!
Seu Baai Si foi muitíssimo especial, pois,
foi a segunda ocasião em que, na história da Linhagem Moy Yat, uma mulher realizou ‘Baai
Si’ para com outra mulher, uma ‘Si Fu’.
Poucos prestigiaram ou mesmo tiveram ideia da relevância desse momento – a saber
que a primeira vez aconteceu próximo de 250 (duzentos e cinquenta) anos passados, entre a
monja ‘Ng Mui’ e a genearca ‘Yim Ving Tsun’.
Tive ótima sorte em compartilhar
com vocês destas ocasiões. Antes disso, a ótima sorte em encontra-los e por
partilhar tanto com vocês. E tenho a enorme alegria por fazerem parte do que alcancei...
Felicitações, Gaap Mah Si Hing e Gaap Lin Si Jeh, pelos 5 (cinco) anos de seus Baai Si!
Felicitações, Si Fu, pelos
Discípulos que tem a seu lado!
Assim relata André Villarreal ‘Moy Yuet Mah’, membro do Conselho de Discípulos da Família Moy Lin Mah, juntamente com Rodolpho Alcantara, Helena Carneiro, Angela Carvalho, Fernanda Lima, Heitor Furtado, Vitor Barros e Marcus Souza.
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